top of page

Racismo e Saúde Mental

O problema mais letal do Brasil é o racismo. As doenças não são negligenciadas os corpos são.


Falamos e escrevermos porque nossa voz tem sido calada há muitos anos! Escrevemos porque temos que. Falamos e protestamos porque temos que. É nossa obrigação enquanto mulheres negras viventes, lutando contra o apagamento histórico de nossa vida, sentimentos e valores.




Neste livro que estou lendo na foto Grada Kilomba afirma que as, "mulheres negras habitam um espaço vazio, que se sobrepõe às margens da "raça" e do gênero, o chamado "terceiro espaço". Habitamos uma espécie de vácuo de apagamento e contradição "sustentado pela polarização do mundo em negras de um lado e mulheres do outro". Nós no meio. Este é, de fato um sério dilema teórico, em que os conceitos de "raça" e gênero se fundem estreitamente em um só. Tais narrativas separadas mantêm a invisibilidade das mulheres negras nos debates acadêmicos e políticos"


As formas de opressão operam em simultaneidade. A realidade das mulheres negras é um fenômeno hibrido, sistematicamente apagado do debate social!


Historicamente as mulheres negras escravizadas serviam nos afazeres domésticos, na produção da lavoura, na venda de produtos, no campo, no comércio, na sala, na cozinha e no quarto dos seus senhores.


Hoje, esses processos se reatualizam. Maior número de trabalhadoras com os salários mais baixos da cadeia produtiva, encarceradas, mães solo e chefe de lares, sofrendo violência obstétrica, de estado, doméstica, econômica, dentre tantas outras.


As mulheres negras sempre foram deliberadamente abandonadas.


Paremos para pensar: quais os efeitos desses processos sociais nas relações que as mulheres negras estabelecem consigo mesmas e com o outro?


É possível pensarmos processos de saúde mental dissociados das relações sociais e econômicas?


Precisamos falar sobre isso! Retirar o tabu, decolonizar o pensamento e transformar. Comecemos por nós mesmas!

 
 
 

Comentarios


bottom of page